Quinta de Alcube: A Visita

Foi uma visita, digamos antes um passeio sem destino, sem qualquer coisa marcada, orientada, prevista e muito menos fiz aquele emproado telefonema a dizer que vem aí um blogger de primeira linha e que gostaria de fazer uma prova longe do povo e com todos os preceitos dignos de tamanha importante posição. Foi, portanto, visita livre, sem horários e sem roteiros programados.





Há muito que procurava a porta de entrada para a Quinta de Alcube, mas as curvas da Arrábida tramavam e adiavam a descoberta. Depois uma simples placa a dizer Adega, perdoem-me, não diz (quase) nada. Tomei o caminho do Alto das Necessidades até galgar por uma estrada estreita e relativamente sinuosa, em sentido descendente. Uma paisagem bucólica e campestre que leva o pensamento para paragens bem mais rurais e distantes. 







Encostou-se o carro junto a uma árvore qualquer e caminhou-se solitariamente e sorrateiramente. Para-se, olha-se, sacam-se mais umas paupérrimas fotos. Voltou-se a olhar: edifícios recentemente recuperados (julgo eu), uma capela que estava fechada que, pela placa indicativa, parece desempenhar funções de museu, depois árvores, vinhas, arbustos e animais.








E porque estamos em local de vinho, em espaço onde se faz vinho, encerrei a vistoria na loja. Espaço singelo, mas eficaz e onde se podem provar todos os vinhos (sem pagar), exceptuando os espumantes. A enologia, a assinatura dos vinhos pertence a Jaime Quendera. Facto, perdoem-me os entendidos, desconhecia ou não me recordava.





Bebericou-se o Syrah e o Touriga Nacional. Entre os dois, ambos de 2010, inclinei-me para o Syrah, julguei-o mais viçoso, mais jovial. Molharam-se ainda os lábios com um branco que apreciei. Um blend de Fernão Pires e Moscatel. Um branco fresco, focado e apelativo e onde a barrica me pareceu dar-lhe boa graça. Diria que, como é hábito, merece ser conhecido. O espumante que foi (a)provado e bebido posteriormente em casa, terá sido, a título pessoal, a grande descoberta. Resumindo e concluindo, o espaço merece uma visita demorada. Merece um passeio de fim de semana, para aliviar as vistas do betão armado. E ainda se pode beber um copo. Parece-me bem, não acham?

Comentários

Valter Costa disse…
E não estamos na altura do queijo, requeijão e manteiga!
Anónimo disse…
nao bebeste os melhores... era o trincadeira e o castelao...