Vale dos Ares: Limited Edition

Os miúdos do vinho estão a arriscar. Arriscam nos vinhos que fazem. Procuram o seu sucesso, o seu lugar ao sol, calcorreando outros caminhos, experimentando novas abordagens. Tentam fugir à norma, ao vinho sem carácter, sem personalidade, sem ponta de graça. Estes miúdos dos vinhos são cada vez mais. E com isto conseguem criar uma falange de seguidores e admiradores. Na maior parte, bem mais cotas, bem menos jovens. Ainda não caíram totalmente nas graças da critica engravatada. Ainda bem. Temo que um dia quando olharem para eles, a sério, se tornem em barões gordos e aburguesados e deixem de falar com o povo. A todos os miúdos do vinho, peço que continuem a assim, não voltem atrás, não mudem a vossa agulha. Continuem!


Estamos, afirmo-o sem qualquer pudor ou contenção nas palavras, perante um vinho branco de grande amplitude, estrutura e frescura. Com uma paleta de aromas e sabores, haja imaginação para os descrever, enorme e bastante complexa. Num registo profundamente seco e sóbrio, por vezes férreo, mas muito apaixonante. Percebe-se que foi arquitectado de forma ponderada e com um objectivo bem definido. Com o simples propósito de nos encher as medidas, de nos deixar satisfeitos, de nos arrumar a um canto e mostrar quem manda


E meus caros amigos, leitores e não leitores, seguidores e não seguidores, este vinho foi uma das melhores surpresas que tive este ano e fatalmente um dos vinhos que mais gozo e prazer me deu a beber. Basicamente era só isto.

Post Scriptum: O Vinho foi oferecido pelo Produtor.

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